Movimento ecofeminista
Femear é um movimento de escuta sensível, criação e insurgência de saberes femininos.
Nasce do encontro entre mulheres dispostas a caminhar juntas em direção à escuta de si, da terra e umas das outras. Inspirado por práticas ecofeministas, o projeto articula experiências subjetivas, políticas e criativas, convocando mulheres a ocuparem seus processos cognitivos sensíveis e a legitimarem formas de saber que foram historicamente silenciadas ou desautorizadas.
Através de círculos de mulheres, partilhas, jogos e criações coletivas, Femear convida ao exercício de imaginar e instituir outros modos de viver e pensar. Trata-se de um movimento que reconhece na sensibilidade uma força política e na criação um gesto de resistência. Entre o corpo, a escrita e a escuta, Femear anda com fêmeas — e abre caminhos para que cada uma encontre seu modo próprio de existir no mundo.


Idealizadora
Giuliana de Paula Oliveira é psicóloga (CRP 16/3606), pós-graduada em Psicologia Analítica pela UNIFIA (2018) e mestranda em Psicologia Institucional pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atua em consultório clínico desde 2015, com escuta voltada a processos subjetivos singulares, ancorada na psicanálise e atenta às dinâmicas da transferência, do inconsciente e do tempo da alma.
Sua prática se desdobra em três campos principais. O primeiro é a clínica individual, espaço íntimo de escuta e acolhimento do sofrimento psíquico. O segundo campo é coletivo e vinculado ao movimento ecofeminista Femear, que convoca mulheres ao exercício de sua criatividade, à legitimidade de suas cognições sensíveis e à partilha de saberes insurgentes. Nesse contexto, Giuliana é facilitadora de círculos de mulheres e desenvolve uma dissertação sobre o conceito de “frequência uterina” como disparador estético-político.
O terceiro campo é um território em expansão chamado Povoando a Clínica, laboratório clínico-poético onde investiga modos de vida espirituais, experiências animistas e epistemologias sensíveis no campo da saúde mental. Inspirada pela psicologia pós-junguiana de James Hillman, pelo pensamento esquizoanalítico e por cosmologias plurais, Giuliana experimenta uma clínica que acolhe imagens, presenças, vozes e formas de vida que desafiam o modelo biomédico da subjetividade. Seu trabalho se fundamenta em um compromisso ético com a diversidade de mundos e com práticas de cuidado que não excluem o invisível.

